Dia 1 – 14 de março
Estamos em casa em
isolamento social e tudo porque apareceu na China um vírus da família da Gripe,
altamente contagioso que se transmite fácil e rapidamente. Este vírus, sem o
mundo dar por isso, chegou a praticamente todos os países, não escolhendo as
pessoas pela sua raça, género ou etnia.
Sabemos agora, após
apenas 2 meses do seu início, que é altamente perigoso para as faixas etárias
acima dos 70 anos. Porém, como qualquer um de nós pode ser portador deste vírus,
o Governo decretou Estado de Emergência, obrigando praticamente todos os
cidadãos a ficar em casa. Ainda antes dessa decisão, por perigo de contágio,
mandou encerrar todos os estabelecimentos de ensino, o que significa que nos
encontramos em casa, sem previsão de regresso à escola.
Tempos difíceis estes que
estamos a passar agora, quase que tenho a sensação de estar de férias, mas
tendo em conta que vou recebendo alguns contactos por parte dos professores, a
enviarem tarefas para resolver, essa ideia acaba por ser esquecida.
Uma vez que tenho imenso
tempo livre, vou aceitar a proposta da professora de Português e tentar utilizar
esta forma para passar melhor o tempo e também ter como desabafar, mas, sobretudo,
dar o meu ponto de vista sobre esta situação que nos tem tocado a todos.
Neste primeiro dia de
quarentena (dia 14 de março), passei a maior parte do tempo deitado, a relaxar
e a tentar interiorizar tudo o que estava a acontecer. Recebi também a
informação de que o meu pai, que está a trabalhar em Angola e que tinha a
viagem de volta para Portugal agendada para o final deste mês, teve a sorte de conseguir
apanhar o último avião que partiu de Luanda para Portugal. Fiquei bastante
aliviado pois, mesmo Angola não tendo nenhum caso ainda oficial, prefiro passar
esta quarentena com ele presente no nosso país!
Como esta situação está a
afetar todos os setores de atividade, apercebo-me também das dificuldades que a
minha família está a ter com o encerramento da escola privada que gerem. Por se
tratar de um estabelecimento de ensino privado, sobrevive apenas com as
mensalidades dos pais e tenho-me apercebido da apreensão dos meus pais e avós, com
receio de não conseguirem pagar aos seus colaboradores.
Porque somos uma família,
ofereci-me para ajudar a criar uma forma de comunicação entre a equipa da
escola e os pais das crianças. A minha experiência na plataforma onde jogo com
os meus amigos possibilitou criar um grupo de trabalho que se revelou um
sucesso para todos.
Rapidamente, conseguimos
colocar toda a equipa do colégio a partilhar com pais e filhos as experiências
e os conselhos, de modo a encurtar o distanciamento.
Esta experiência alegrou-me
bastante, pois consegui contribuir para ajudar no negócio da família, o que fez
com que me sentisse como uma parte ativa.
No final do dia, tento
exercitar-me para poder manter a postura física.
Este foi o primeiro dia
deste novo capítulo da minha vida. Espero conseguir continuar a escrever
amanhã.
Resta-me dizer que, agora
mais do que nunca, precisamos da ajuda de todos para ultrapassarmos esta fase
difícil, mas todos juntos vamos conseguir!
Francisco
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