Diário da Quarentena

Ficar confinado em casa faz-nos olhar para o mundo de outra forma 


Querido diário,
Os dias são sempre iguais: acordo cedo, faço trabalhos, tenho aulas, faço mais trabalhos, assisto às aulas na Telescola e, quando dou por mim, já acabou o dia, tendo de me preparar para recomeçar o ciclo todo, outra vez, no dia seguinte. Hoje não foi exceção nenhuma.
As minhas expectativas estão cada vez mais baixas e cheguei a um ponto em que a parte mais entusiasmante do meu dia é riscar trabalhos que já fiz da minha lista de coisas para fazer.
Só que hoje fiquei também a saber que a minha prima, que é enfermeira, passou da área de oncologia para a área de cuidados intensivos. Ela está a trabalhar em Londres, onde a situação está cada vez mais fora de controlo. Ela contou-me que, como eles tinham poucos trabalhadores a ajudar na área da Covid-19, as pessoas que estavam a trabalhar com doentes com cancro (como ela) vão trocar de departamento.
O governo proibiu todos os tratamentos na área das doenças oncológicas. Não consigo imaginar a sensação de alguém que tem uma doença terminal e está a lutar para vencê-la, mas, assim sem mais nem menos, perde toda a esperança. 
Leonor
Padlet Profª Matilde A.

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